O tempo – eu tinha tempo agora, depois de tanto tempo sem
tempo eu o tinha agora. Tempo para cuidar de mim, ir à academia e descobrir um
mundo nunca visitado: a música, a dança, a leveza
proporcionada quando todas as suas metas estão a um passo de serem cumpridas,
alegria enfim!
Eu estava feliz, bonita e saudável e o coração pronto para
amar.
“Eu fui sambando e te admirando, você me olhando, você foi
tomando conta do meu coração”, e 20 anos de diferença de idade, essa parecia ser a única barreira existente, a vontade
de viver e amar superou tudo, mesmo sabendo ser o momento passageiro e de não
haver nenhuma expectativa do futuro.
Mas era como se eu soubesse instintivamente aquele era o meu
momento de viver essa história de amor, que talvez não houvesse mais tempo.
Bailamos, cozinhamos, choramos, rimos, ouvimos musicas, nos
apaixonamos. Aprendi em três anos para toda uma vida, novos sabores, nova
culinária ,novas músicas, aprendi a gostar de um Estado que só ouvia coisas
ruins. Amei esse homem por sua
perseverança, sua história de vida que merecia ser contada a seus filhos e ao
filho de seus filhos ao longo da vida. Cuidei, zelei enquanto pude e então... Então
eu adoeci tão gravemente que talvez não houvesse tempo mais para bailar e amar.
O tempo, três anos de
paz evaporaram , abriram lugar para uma nova luta, um novo tempo de tristeza e dor.
A música cessou, o riso calou e junto com o último fio de
cabelo que caia pelo ralo o amor acabou. Só as lágrimas ficaram.
Por fim não morri, ganhei mais tempo, perdoei o que devia
ser perdoado e segui bailando, chorando, rindo e principalmente amando. E essa
passou então a ser somente mais uma história da minha vida, pois o Tempo tudo
cura.
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