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sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

O Tempo












O tempo – eu tinha tempo agora, depois de tanto tempo sem tempo eu o tinha agora. Tempo para cuidar de mim, ir à academia e descobrir um mundo nunca visitado: a música, a dança,   a leveza proporcionada quando todas as suas metas estão a um passo de serem cumpridas, alegria enfim!
Eu estava feliz, bonita e saudável e o coração pronto para amar.
“Eu fui sambando e te admirando, você me olhando, você foi tomando conta do meu coração”, e 20 anos de diferença de idade, essa  parecia ser a única barreira existente, a vontade de viver e amar superou tudo, mesmo sabendo ser o momento passageiro e de não haver nenhuma  expectativa do futuro.
Mas era como se eu soubesse instintivamente aquele era o meu momento de viver essa história de amor, que talvez não houvesse mais tempo.
Bailamos, cozinhamos, choramos, rimos, ouvimos musicas, nos apaixonamos. Aprendi em três anos para toda uma vida, novos sabores, nova culinária ,novas músicas, aprendi a gostar de um Estado que só ouvia coisas ruins. Amei esse homem por  sua perseverança, sua história de vida que merecia ser contada a seus filhos e ao filho de seus filhos ao longo da vida. Cuidei, zelei enquanto pude e então... Então eu adoeci tão gravemente que talvez não houvesse tempo mais para bailar e amar.
O tempo, três anos  de paz evaporaram , abriram lugar para uma nova luta, um novo tempo de tristeza   e dor.
A música cessou, o riso calou e junto com o último fio de cabelo que caia pelo ralo o amor acabou. Só as lágrimas ficaram.

Por fim não morri, ganhei mais tempo, perdoei o que devia ser perdoado e segui bailando, chorando, rindo e principalmente amando. E essa passou então a ser somente mais uma história da minha vida, pois o Tempo tudo cura.






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