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sexta-feira, 26 de julho de 2013

To tentando











Foi a pouco tempo, mas já parece muito que vim para essa cidade de lins. Cheguei dolorida, incrédula, confusa, sem entender muito bem o que estava havendo na minha vida e como tudo mudou e para dizer a verdade ainda estou confusa, dolorida , incrédula e confusa, já falei confusa?

Tive esperanças de ir me adaptando as mudanças, procurando novos caminhos de transformação. Transformação? Descobri que mesmo tendo passado tudo por que passei não me transformei em alguém muito melhor. pequenas mudanças ocorreram, mas só eu as vejo. Ainda fico indignada e dou uns pulos maior que as minhas pernas para defender o que não acho decente.

Quando comecei com as quimios novamente pensei poder ficar abrigada na casa de meus pais, num pequeno anexo, fazer a cirurgia, no fundo temia alugar uma casa e morrer na cirurgia, achava um desperdício,se sobrevivesse  decidiria o que fazer. Não sei porque achei que isso daria certo. Nunca gostei das atitudes  de meu pai, sua maneira de oprimir e humilhar  as pessoas próximas, no caso eu e meus irmãos, mais minha mãe, sempre foi difícil de aceitar. Gritos, desmandos e crises de pequeno ditador me tiravam do sério. Mas de algum modo achei que o tempo tinha passado, tínhamos mudado, qual o que , eu continuo a mesma pessoa que não aceita e ele o mesmo opressor. 

Não achei decente ouvir coisas que me magoam, principalmente se essa pessoa for minha mãe, eu não sei o porquê ela aceita isso, mas o fato é que eu não preciso aceitar e então pequei meu filho,meu cachorro e fui para casa da minha irmã, recém operada.

Jamais vou entender que se chegue a uma idade e não se percebe que a vida é uma passagem, que dela só deixaremos o fizemos e o que fomos. Não mudamos, continuamos os mesmos.

E novamente, cá estou eu, tentando encontrar o rumo no meio disso tudo, tentando ser forte, tentando acreditar.

Terceira quimio dia 02 de Agosto e eu nem sei mais porque eu ainda luto tanto.To cansada!


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