Quando em Setembro cheguei finalmente as mãos do Dr, Cesar Cabello, o tumor já havia se alastrado, minha barriga inchou, o ovário direito dóia e comprimia os outros orgãos, enfim, eu tinha um quadro muito grave.O tumor de ovário é silencioso,como a maioria dos cânceres seus sintomas podem se confundir,nunca tive cistos,nem mioma e tive quatro filhos, três nascidos de parto normal,menstruação normal,nenhum sinal de menopausa, exames ginecologicos normais, a médica jamais pediu o ultravaginal.
O que mais me lembro deste período era que ,deste o médico que me atendeu no PS, até a ginecologista sempre disserem: Tudo vai dar certo! Porém seus olhos dizam o contrário.
Sei que naquele dia morri, pensei que era Gamer Over.Sem direito a créditos, sem direito a prorrogação, simplesmente assim: acabou.
Não lembro das maiorias da coisas que o Dr. Cabello me disse. Lembro do desenho da cirurgia que ele fez num papel, grande do peito até quase a vagina, lembro de ele ter dito que seriam seis horas de cirurgia, lembro dele me dizer :- Você tem fé?Então ore. Eu vou te curar.
E então a quase certeza dos médicos que o corpo não reagiria as quimios, um corpo que aceita um ataque tão feroz, não pode ser um bom corpo,mas ele foi, reagiu e parece estar deixando de ser um bocó e ficou mais esperto.
Por isso eu digo ao meu corpo, REAJA, quando tomo banho passo a mão em meu corpo dolorido e imagino a cura e aguardo.....
Quando estava dirigindo ouvi no rádio do carro essa música, já a ouvi muitas vezes,mas nesse dia prestei atenção na letra: medo? dor?Eu conheço esses sentimentos demais ,hoje consigo cantá-la:
O Sol
Milton Nascimento
Ei, dor!
Eu não te escuto mais
Você não me leva a nada...
Ei, medo!
Eu não te escuto mais
Você não me leva a nada...
E se quiser saber
Pra onde eu vou
Pra onde tenha Sol
É pra lá que eu vou...
Ei, dor!
Eu não te escuto mais
Você não me leva a nada, nada...
Ei, medo!
Eu não te escuto mais
Você não me leva a nada, nada...
E se quiser saber
Pra onde eu vou
Pra onde tenha Sol
É pra lá que eu vou...
E se quiser saber
Pra onde eu vou
Pra onde tenha Sol
É pra lá que eu vou...
Dor!
Eu não te escuto mais
Você não me leva a nada, nada...
Medo!
Eu não te escuto mais
Você não me leva a nada, nada...
E se quiser saber
Pra onde eu vou
Pra onde tenha Sol
É pra lá que eu vou...
Eu não te escuto mais
Você não me leva a nada...
Ei, medo!
Eu não te escuto mais
Você não me leva a nada...
E se quiser saber
Pra onde eu vou
Pra onde tenha Sol
É pra lá que eu vou...
Ei, dor!
Eu não te escuto mais
Você não me leva a nada, nada...
Ei, medo!
Eu não te escuto mais
Você não me leva a nada, nada...
E se quiser saber
Pra onde eu vou
Pra onde tenha Sol
É pra lá que eu vou...
E se quiser saber
Pra onde eu vou
Pra onde tenha Sol
É pra lá que eu vou...
Dor!
Eu não te escuto mais
Você não me leva a nada, nada...
Medo!
Eu não te escuto mais
Você não me leva a nada, nada...
E se quiser saber
Pra onde eu vou
Pra onde tenha Sol
É pra lá que eu vou...
Um comentário:
OH!!Minha irmãzinha linda, no fundo todos nós sempre quisemos que nada disse fosse verdade, o pílula difícil de engolirr!!!Mas o que tem feito a diferença é essa vontade que você tem de viver esses olhos lindos e azuis como asas de uma arara azul, voando por sobre as planícies...Não tenho medo da morte como não tive da vida para mim não faz diferença me sinto um pouco cansada disso tudo, no fundo sempre achei que não participava disso tudo!!!
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